Logótipo

Logótipo

quinta-feira, 25 de novembro de 2021


Este foi o nosso cartaz !

 


          

 

     Após 3 anos a funcionar em instalações provisórias, devido às obras de requalificação da escola secundária de Gago Coutinho, a nova e moderna biblioteca a funcionar em rede com as bibliotecas do concelho de Vila Franca de Xira foi inaugurada e aberta ao público no dia 23 de novembro de 2021 com o seguinte horário.



 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

 FELIZ NATAL 

SAÚDE!


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 RENASCIMENTO


Luís Vaz de Camões (nascido em 1524, Lisboa ou Coimbra  e falecido em Lisboa  a 10 de junho de 1580) foi um poeta nacional de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental.



 

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Tomando sempre novas qualidades.
Todo o mundo é composto de mudança, Continuamente vemos novidades,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E em mim converte em choro o doce canto.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
                         Luís de Camões   


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões


 

 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020



 
                                           https://www.google.com/search?q=s%C3%A1+de+miranda&safe=strict&rlz=1C1GCEU_pt-

 Francisco de Sá de Miranda (Coimbra28 de agosto de 1481 — Amares15 de março de 1558 (76 anos)) foi um poeta português, introdutor do soneto, Renascimento,na nossa língua.

O sol é grande, caem coa calma as aves,
Do tempo em tal sazão que sói ser fria:
Esta água, que dalto cai, acordar-me-ia,
Do sono não, mas de cuidados graves.

Ó coisas todas vãs, todas mudaves,
Qual é o coração que em vós confia?
Passando um dia vai, passa outro dia,
Incertos todos mais que ao vento as naves!

Eu vi já por aqui sombras e flores,
Vi águas, e vi fontes, vi verdura;
As aves vi cantar todas damores.

Mudo e seco é já tudo; e de mistura,
Também fazendo-me eu fui doutras cores;
E tudo o mais renova, isto é sem cura.

Por estes Campos sem Fim

Por estes campos sem fim,
onde a vista assim se estende,
que verei, triste de mim,
pois ver-vos se me defende?

Todos estes campos cheios
são de saudade e pesar,
que vem para me matar,
debaixo de céus alheios.
Em terra estranha e em ar,
mal sem meio e mal sem fim,
dor que ninguém não entende,
até quão longe se estende
o vosso poder em mim!

Sá de Miranda, in 'Antologia Poética'


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

POESIA PALACIANA

GARCIA DE RESENDE

https://www.google.com/search?q=garcia+de+resende

 

    (linguagem arcaica)

Senhoras não hajais medo
não receeis fazer bem
tende o coração mui quedo
e vossas mercês virão cedo
quão grandes bens do bem vem.
Não torvem vosso sentido
as cousas qu'haveis ouvido
porquê lei de deos d'amor
bem, vertude nem primor
nunca jamais ser perdido.

Por verdes o galardão
que do amor recebeu
porque por ele morreu
nestas trovas saberão
o que ganhou ou perdeu.
Não perdeu senão a vida
que pudera ser perdida
sem na ninguém conhecer
e ganhou por bem querer
ser sua morte tão sentida.

Ganhou mais que sendo dantes
nom mais que fermosa dama
serem seus filhos ifantes
seus amores abastantes
de deixarem tanta fama.
Outra mor honra direi:
como o príncipe foi rei
sem tardar mas mui asinha
a fez aloar por rainha
sendo morta o fez por lei.

Os principais reis d'Espanha
de Portugal e Castela
e emperador d'Alemanha
olhai que honra tamanha
que todos decendem dela.
Rei de Nápoles também
duque de Bregonha a quem
todo França medo havia
e em campo el rei vencia
todos estes dela vem.

Por verdes como vingou
a morte que lh'ordenaram
como foi rei trabalhou
e fez tanto que tomou
aqueles que a mataram.
A um fez espedaar
e o outro fez tirar
por detrás o coração
pois amor do galardão
não deixe ninguém d'amar.

Cabo

Em todos seus testamentos
a declarou por mulher
e por s'isto melhor crer
fez dous ricos moimentos
em qu'ambos vereis jazer:
rei, rainha coroados
mui juntos não apartados
no cruzeiro d'Alcobaça
quem puder fazer bem faça
pois por bem se deu tais grados.

(Excerto)

Garcia de Resende, in 'Cancioneiro Geral de Garcia de Resende'

https://www.google.com/search?q=garcia+de+resende+cancioneiro+geral



CANCIONEIRO GERAL

A poesia produzida na época do humanismo (século XIV) nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, foi compilada (recolhida) por Garcia de Resende, na obra Cancioneiro Geral, impresso em 1516, quando a tipografia era muito recente em Portugal. Ressalte-se que não se trata de um códice, de uma coleção de cópias manuscritas, como o Cancioneiro da Ajuda, mas de um livro impresso, contendo 880 composições, de 286 poetas, escrito em espanhol e em português, já revelando influência erudita. Aí é evidente a feição nova da poesia castelhana, mais perto do “dulce stil nuovo” de Florença, do que da corte de Afonso III e de D. Dinis, seu filho.

No Cancioneiro Geral encontram-se produções poéticas de Gil Vicente, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, D. Pedro (Condestável de Portugal), Jorge de Aguiar, Diogo Brandão, além do próprio Garcia de Resende.

A maioria das composições do Cancioneiro Geral destinava-se aos serões do paço, onde se recitava, disputavam concursos poéticos, ouviam música, galanteavam, jogavam, realizavam pequenos espetáculos de alegorias ou paródias. Tudo isso feito pelos nobres, tendia a apurar-se, os vestuários, os gestos, os penteados e a linguagem mantendo forte influência da corte.


Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/cancioneiro_gera/









quinta-feira, 22 de outubro de 2020

 


A LITERATURA AO LONGO DOS TEMPOS

POESIA PALACIANA

GARCIA DE RESENDE

SÉC. XV
ÉVORA
https://www.google.com/search?q=garcia+de+resende&safe=strict&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT855PT855&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjpqc_q8sfsAhWqA2MBHb6eD8kQ_AUoAXoECB8QAw&biw=1440&bih=789#imgrc=z2-7XHtS1dXbtM

Não Receeis Fazer Bem

Senhoras não hajais medo
não receeis fazer bem
tende o coração mui quedo
e vossas mercês verão cedo
quão grandes bens do bem vem.
Não torvem vosso sentido
as cousas qu'haveis ouvido
porqu'é lei de deos d'amor
bem, vertude nem primor
nunca jamais ser perdido.

Por verdes o galardão
que do amor recebeu
porque por ele morreu
nestas trovas saberão
o que ganhou ou perdeu.
Não perdeu senão a vida
que pudera ser perdida
sem na ninguém conhecer
e ganhou por bem querer
ser sua morte tão sentida.

Ganhou mais que sendo dantes
nom mais que fermosa dama
serem seus filhos ifantes
seus amores abastantes
de deixarem tanta fama.
Outra mor honra direi:
como o príncepe foi rei
sem tardar mas mui asinha
a fez alçar por rainha
sendo morta o fez por lei.

Os principais reis d'Espanha
de Portugal e Castela
e emperador d'Alemanha
olhai que honra tamanha
que todos decendem dela.
Rei de Nápoles também
duque de Bregonha a quem
todo França medo havia
e em campo el rei vencia
todos estes dela vem.

Por verdes como vingou
a morte que lh'ordenaram
como foi rei trabalhou
e fez tanto que tomou
aqueles que a mataram.
A um fez espedaçar
e ò outro fez tirar
por detrás o coração
pois amor dá galardão
não deixe ninguém d'amar.

Cabo

Em todos seus testamentos
a decrarou por molher
e por s'isto melhor crer
fez dous ricos moimentos
em qu'ambos vereis jazer:
rei, rainha coroados
mui juntos não apartados
no cruzeiro d'Alcobaça
quem puder fazer bem faça
pois por bem se dão tais grados.

(Excerto)

Garcia de Resende, in 'Cancioneiro Geral de Garcia de Resende'

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

POESIA AO LONGO DOS TEMPOS

POESIA É VIDA

D.Dinis 

Nascimento: 9-10-1261

Falecimento: 07-01-1325


https://www.google.com/search?q=rei+d.dinis+trovador&safe=strict&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT855PT855&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjA7JCT-MDsAhUCSxoKHZ1LD3EQ_AUoAnoECB4QBA&biw=1440&bih=789#imgrc=mu42P1tjL9HZYM

Sendo o sexto rei de Portugal, D.Dinis subiu ao trono com apenas 17 anos. Reinou durante 46 anos. A  criação da nossa identidade nacional  e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação deve-se a este rei que além de ter sido um excelente monarca,também foi poeta/trovador, compondo maravilhosas cantigas de amigo e de amor.

Ai Flores do Verde Pino

__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
    Ai Deus, e u é?

__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
    Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
    Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
    Ai Deus, e u é?

__ Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
    Ai Deus, e u é?

Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
    Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é san'vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
    Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seera vosc'ant'o prazo passado
    Ai Deus, e u é?

D. Dinis, in 'Antologia Poética'

Proençaes soen mui ben trobar

Proençaes soen mui ben trobar
e dizen eles que é con amor;
mais os que troban no tempo da frol
e non en outro, sei eu ben que non
an tan gran coita no seu coraçon
qual m'eu por mha senhor vejo levar.
 
Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol sazon
á, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.
 
Ca os que troban e que s'alegrar
van eno tempo que ten a color
a frol consigu', e, tanto que se for
aquel tempo, logu'en trobar razon
non an, non viven [en] qual perdiçon
oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.
https://lyricstranslate.com



D.Dinis e a sua esposa e rainha D.Isabel de Aragão
O Milagre das rosas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_de_Arag%C3%A3o,_Rainha_de_Portugal#/media/Ficheiro:Isabel_Dinis_de_Portugal.jpg

D.Isabel,rainha e senhora de excelência, era misericordiosa e extremamente bondosa.Amava a humanidade.D.Dinis era contra esmolas. D.Isabel,então,com receio do seu esposo e rei, guardava segredo do que ofertava.

Um dia, levando  no seu regaço pão para os pobres, encontrou o seu marido que lhe perguntou:

- O que levais no vosso regaço, minha esposa e rainha?

-Levo rosas, meu esposo e rei!

      Ao abrir o seu regaço, rosas de várias cores deslizaram para o chão, perante o seu maravilhoso e brilhante olhar de admiração.

      Naquele momento, D.Dinis percebendo o milagre, ajoelhou-se aos seus pés, pedindo-lhe perdão  e beijando as suas mãos.

   


D. Isabel de Aragão

htps://www.google.com/search?q=D.Isabel,rainha&safe=strict&rlz=1C1GCEU_pt-PTPT855PT855&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiWjN__hMHsAhWMnxQKHej5AeQQ_AUoAXoECCMQAw&biw=1440&bih=789#imgrc=giOx

Nascimento: 04-01-1271

Falecimento:04-07-1336